terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Preços de commodities voltam a ter patamares recordes

18/12/2007

Os preços mundiais dos alimentos voltaram a sofrer pressão ontem (17-12), com a entrada em vigor de preços de referência muito mais elevados para os cereais, o que torna quase inevitável que uma segunda onda de inflação de preços nos alimentos atinja as principais economias do mundo. Em Chicago, os preços do trigo e do arroz para entrega em março de 2008 saltaram para um recorde de alta; os preços da soja estão em seu ponto mais alto em 34 anos e os preços do milho se aproximam do seu pico mais elevado em 11 anos.

Os aumentos de preços devem ser transferidos aos consumidores nos próximos meses, o que elevará as pressões inflacionárias e restringirá a capacidade dos bancos centrais para diminuir a desaceleração em suas economias. Uma primeira onda de alta nos preços dos cereais atingiu o mercado de atacado no terceiro trimestre e se espalhou pela cadeia de suprimentos, contribuindo para a alta da inflação.

A alta da inflação nos preços dos alimentos na zona do euro, que chegou a 4,3% em novembro, é um dos motivos para que o índice anualizado de inflação geral da área tenha subido de 2,6% em outubro para 3,1% no mês passado - a taxa mais alta em seis anos. Nos Estados Unidos, a taxa anualizada de inflação, de 4,8%, registrada pelos alimentos em novembro contribuiu para uma alta mais ampla na inflação, que atingiu 4,3%. No Reino Unido, a inflação nos preços dos alimentos já havia atingido índice anualizado de 5,1% em outubro, e os analistas antecipam que os preços mais altos dos alimentos causem elevação da taxa mais ampla de inflação do país em novembro.

Na abertura do pregão, ontem, o novo preço de referência para o contrato de trigo com entrega em março subiu US$ 0,30, para US$ 10,095 por bushel, alta de mais de 7,5% com relação ao contrato de dezembro, que está vencendo, com cotação de US$ 9,39. Essa é a primeira vez que contratos futuros são negociados acima da marca de US$ 10 por bushel.

Os novos preços de referência do milho também estão 5% mais altos do que no contrato anterior. O milho para março de 2008 subiu para US$ 4,4325 por bushel, o nível mais elevado em 11 anos para um contrato de referência. Os preços de referência da soja para entrega em janeiro subiram na sexta-feira para o recorde de US$ 1,9225 por bushel, a cotação mais alta em 34 anos.

Pico:

Bill Lapp, analista da Advanced Economic Solutions, uma consultoria norte-americana, disse que "já vimos aumentos de preços mais rápidos neste ano do que em qualquer momento desde o começo da década de 80, mas o peso completo da alta só atingirá os mercados em 2008".

A alta nos preços das commodities agrícolas resulta da alta demanda, das safras inadequadas e dos baixos estoques de alimentos. As economias emergentes, nas quais a alta da renda está elevando o consumo de laticínios e carne, vêm reforçando a pressão que o setor de biocombustível já vinha gerando.

Clima:

O suprimento de cereais foi inferior ao esperado em diversos países, nesta temporada, devido a perdas causadas pelo clima. Jean Bourlot, diretor de commodities agrícolas no Morgan Stanley de Londres, disse que "os preços altos dos cereais chegaram para ficar". O Departamento da Agricultura dos Estados Unidos previu que os estoques mundiais de milho cairão ao mais baixo nível em 33 anos, o equivalente a apenas 75 semanas de consumo, e os estoques mundiais de trigo despencarão ao seu mais baixo nível em 47 anos, com o equivalente a 9,3 semanas de consumo.



Fonte: Folha de São Paulo

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Falta de milho provoca preços recordes

10/12/2007

Falta de milho provoca preços recordes




Os preços do milho no mercado brasileiro romperam a barreira dos R$ 30,00 a saca de 60 kg, ultrapassando as médias históricas. A expressiva alta é reflexo da falta do produto no mercado interno, ocasionada pelo aquecimento da demanda e, principalmente, pelo aumento das exportações.

De janeiro a outubro deste ano, as vendas externas do grão atingiram 8,7 milhões de toneladas, registrando crescimento de cerca de 175%, em comparação ao mesmo período de 2006, segundo dados da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Com isso, o produto já está em falta em estados como São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

“O problema de oferta é sério”, afirma o economista Paulo Roberto Molinari, consultor da Safras & Mercados. Segundo ele, o Brasil consome atualmente cerca de 3,5 milhões de tonelada de milho por mês e o governo tem colocado no mercado, por meio dos leilões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), cerca de 100 mil toneladas por mês.

A baixa oferta, acredita Paulo Molinari, pode levar a novas altas de preços. “Não chegamos ao limite, porque milho mais caro é aquele que não existe”, diz.

O mais grave, avalia, são os baixos estoques. “Fomos consumindo nosso estoque e praticamente o zeramos com o aumento das exportações”, diz. O governo tem apenas 1,5 milhões de toneladas estocadas e não há estimativas das reservas privadas. “É certo que entraremos 2008 sem estoques de passagem”, completa.

Isso significa que os preços do milho devem permanecer elevados até março do ano que vem, quando a safra de verão começa a entrar no mercado. Paulo Molinari acredita que, a partir de março, os preços se acomodem, mas segundo diz, devem mudar de patamar. “Não vão permanecer tão altos como estão agora, mas vão ser altos”, assegura.

Segundo o consultor, o ano de 2008 não vai ser fácil para quem precisa do milho, porque a demanda externa e interna permanecerá aquecida e poderá haver redução da oferta. Paulo Molinari afirma que os Estados Unidos vão diminuir a área plantada de milho para recuperar seus estoques de soja. Para minimizar o problema no Brasil, ele diz que o País precisará de uma boa safra de verão e de uma supersafrinha.

O prognóstico dos produtores de grãos, entretanto, não é otimista. A safra de verão e principalmente a safrinha, dizem, podem ser comprometidas pela seca prolongada, que atrasou o plantio, e pelas irregularidades das chuvas.

Na semana passada, entidades representativas da indústria de alimentação animal, dos criadores de suínos e de aves e da indústria de carne suína sugeriram a importação de milho transgênico para o abastecimento do mercado interno.

Molinari não acredita na viabilidade dessa medida. Segundo ele, é muito arriscado importar milho transgênico, porque a entrada do produto no País pode ser barrada por decisão judicial.



Fonte: O Popular

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Mercado mundial em 2008 só terá milho transgênico

28/11 - 12:33 Mercado mundial em 2008 só terá milho transgênico



Faesc: 27/11/2007 Um dos principais insumos de várias cadeias produtivas, o milho vai escassear, encarecer e inviabilizar muitas atividades do agronegócio brasileiro em 2008 e, o que é pior, o Brasil pode ficar sem ter onde comprar milho para suprir o abastecimento nacional segundo previsões do vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri.(fonte: FAESC)

A seca no Brasil Central atrasou o preparo das lavouras e redução na produção. Para um consumo nacional de 40 milhões de toneladas, a safra principal deve produzir de 35 milhões a 37 milhões de toneladas. Para cobrir o déficit, o Brasil vai contar com a safrinha. Ocorre que, com o atraso no plantio da soja, também haverá atraso e possível redução de produção de milho da safrinha. Por outro lado, o Brasil vai encerrar o ano em situação apertada: produziu 51 milhões de toneladas, consumiu 41 milhões e exportou 10,5 milhões. Tudo isso cria uma expectativa de escassez e de falta de produto em 2008.

A preocupação da Faesc é a seguinte: apenas dois países terão disponibilidade de milho no mercado mundial em 2008 - Argentina e Estados Unidos - e, ambos, com semente transgênica. A legislação brasileira proíbe a importação de transgênicos, o que deixará o país em uma sinuca. Ou muda a lei ou fica sem milho No centro desse problema está Santa Catarina, tradicional importador de milho, que terá um déficit de 1,5 milhão a 2 milhões de toneladas no próximo ano. A Faesc prevê uma produção na safra 2007/2008 de 3,5 milhões a 3,7 milhões de toneladas, com redução de 2% a 3% da área plantada, e uma produtividade média baixa de 60 sacos por hectare. Para cobrir esse déficit, o Estado fará importações do Paraguai, do Paraná e do centro oeste, especialmente Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. REPERCUSSÃO

Barbieri mostra que a repercussão desse quadro no preço do grão será imediata: o preço do milho será balizado pelo mercado norte-americano e não deve baixar de R$ 22 reais a 23 reais a saca o que representa uma alta de 44% considerando-se que, em 2007, o preço médio foi de R$ 16,00. A escassez está sendo acentuada pela quebra da safra européia em cerca de 10 milhões de toneladas (o continente colherá somente 5 milhões das 15 milhões e toneladas previstas) e do processamento de 50 milhões de toneladas de milho para produção do etanol nos Estados Unidos.

A destinação do milho para fins energéticos criou um novo parâmetro de valoração. Como o milho e a soja viraram produtos possíveis de transformar em etanol e biodíesel, o preço agora acompanha o petróleo que está em alta no mercado internacional. A crise do petróleo também está provocando inflação mundial no segmento alimentício pois induz a transformação de produtos destinados a alimentação em energia. Por outro lado, a crise imobiliária americana tem levado investidores mundiais a abandonar bens imóveis e investir na bolsa de produtos agrícolas, aquecendo ainda mais o mercado de commoditties. No plano interno, Barbieri expõe que a Faesc prevê um cenário de extrema dificuldade para produtores independentes de suínos em 2008 que ficarão restritos ao mercado doméstico e terão altos custos de produção, enquanto as agroindústrias ampliarão sua participação no mercado externo, que remunera melhor. OPÇÃO

O milho deve continuar escasso no mercado internacional porque, em 2008, os Estados Unidos processarão 80 milhões de toneladas de milho para etanol e a tendência é, até 2015, processar 200 milhões. Em 2007 a produção norte-americana foi de 284 milhões de toneladas e, para 2008, a previsão é colher 338 milhões de toneladas de milho, dos quais 50 milhões serão exportados. Enquanto isso, o Brasil colherá 50 milhões de toneladas em 2008. Enori Barbieri mostra que a opção americana pelo etanol NÃO pode ser condenada porque não provocará falta do vegetal no planeta. Explica que do milho extraí-se o etanol, que é combustível, e a glicerina que atualmente é descartada. Entretanto, nova tecnologia em fase final de desenvolvimento vai transformar a glicerina em produto de alto valor protéico que será utilizado na alimentação animal em substituição ao milho. (fonte: FAESC)

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Carta aberta contra a asneira

Carta Aberta contra a Asneira
A propósito das variedades de milho transgénico resistentes à Broca


As variedades de milho geneticamente modificado utilizado em Portugal permitem, a pequenos e grandes agricultores, reduzir os custos de produção entre 10 a 15%, aumentar a produtividade até 25%, evitar o uso de pesticidas, reduzir a emissão de dióxido de carbono por redução do uso de tractor e reduzir 50 a 90% o teor em micotoxinas, substâncias produzidas por fungos e que afectam a saúde de pessoas e animais. Estima-se que a utilização mundial destas variedades, entre 1996 e 2004, permitiu uma redução cumulativa de 172.500 milhões de toneladas de pesticidas e, só em 2005, evitar a emissão de dióxido de carbono correspondente a mais de 4 milhões de carros. Esta é, portanto, uma tecnologia sustentável. Ou não?

Esta pergunta surge na sequência da carta aberta de Aníbal Fernandes e Carlos Pimenta “A propósito dos OGMs” publicada no Expresso de 17-11. Na verdade o texto é descuidado e desinformativo, na suposta justificação de que qualquer meio justifica os fins supostamente benevolentes da exclusão das variedades vegetais transgénicas.

As questões que os autores colocam têm todas como resposta interesses económicos e políticos facilmente identificáveis. E o tema só é controverso porque essa controvérsia tem finalidades bem distintas do bem comum. Contudo, nem a Organização Mundial de Saúde, nem as agências nacionais e internacionais de segurança alimentar referem qualquer prejuízo para os animais e pessoas devido ao consumo de alimentos contendo derivados das variedades transgénicas aprovadas.

Os agricultores não ficam dependentes das variedades transgénicas se não as quiserem utilizar. No caso do milho (a única cultura com variedades transgénicas autorizadas para serem produzidas na Europa), os agricultores que produzem comercialmente compram todos os anos as sementes porque elas são híbridos, mesmo que não sejam geneticamente modificadas. Seria desastroso para eles se guardassem as sementes de um ano para produzir no ano seguinte. Transgénicas ou não. E os agricultores sabem bem disso.

Os agricultores são obrigados a frequentar acções de formação se quiserem produzir variedades transgénicas. Existe em Portugal legislação clara e rigorosa sobre o cultivo, rastreabilidade, rotulagem e fiscalização da produção. Na verdade, durante anos, várias organizações (entre as quais o Centro de Informação de Biotecnologia) têm divulgado e debatido a utilização desta tecnologia. A falta de informação reside apenas para aqueles que não querem aceitar as evidências.

Em Portugal não existe qualquer risco para a biodiversidade no uso de variedades de milho transgénico. Primeiro porque não existem outras plantas com que o milho se cruze e a espécie é tão variável que a cada grão de milho no campo corresponde um tipo genético distinto. Depois porque as variedades tradicionais portuguesas não se encontram nas planícies onde se produz o milho comercial em Portugal, mas sim nas montanhas. Ainda porque as datas de floração das variedades tradicionais são tão distintas das dos híbridos comerciais que não há possibilidade de fecundação entre elas.

Finalmente porque, felizmente, no caso do milho português, ainda existe trabalho, quer no campo, quer no laboratório, que continua a estudar e a valorizar as variedades tradicionais (nomeadamente as utilizadas na produção de broa).

Aníbal Fernandes e Carlos Pimenta demonstram um total desconhecimento da realidade da agricultura Portuguesa, do que é a agro-biodiversidade, do que é o milho e a sua cultura, do que é melhoramento vegetal, do que é sustentabilidade e do que são variedades transgénicas.

As responsabilidades destes autores deveriam obrigá-los a ser mais cuidadosos e a não induzir conclusões precipitadas nos leitores. E a não fazerem generalizações, nem relatos parciais e descontextualizados com a única aparente finalidade de assustar o público. Não existe nenhuma “catástrofe anunciada” devido ao uso das variedades transgénicas vegetais. O seu uso, desde que devidamente cuidado, beneficiará inevitavelmente quer o ambiente, quer a saúde animal e humana.

Na verdade espero que o Ministro da Agricultura (qualquer Ministro da Agricultura) seja capaz de ler o texto escrito por Aníbal Fernandes e Carlos Pimenta e entenda que apenas se pretende com ela comprometer a agricultura e os agricultores portugueses, num país que importa 2/3 do milho que consome (e que vai ter que pagar quase mais 50% por ele devido ao aumento brusco dos preços no mercado mundial), milho esse que é comprado em países que não descriminam as variedades transgénicas das convencionais.

Lisboa, 21 Novembro de 2007

Pedro Fevereiro

(Presidente do Centro de Informação de Biotecnologia

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Preços do milho

Os preços futuros do milho atingiram na sexta-feira o maior patamar em cinco semanas na bolsa de Chicago, na medida em que a desvalorização do dólar impulsionou a demanda de investidores como forma de proteção contra a inflação. "O Fed [banco central dos EUA] observou a alta da inflação em sua decisão sobre os juros, o que elevou a compras especulatórias", disse à Bloomberg o diretor de agronegócio da Archer Financial Services, Greg Grow. O resultado também foi influenciado por afirmações da Informa Economics de que a safra de milho dos EUA será menor que o previsto mês passado. Em Chicago, os papéis para dezembro subiram 8,25 centavos, para US$ 3,77 por bushel. No mercado paulista, a saca fechou, na quinta-feira, a R$ 29,36, com alta de 0,77%, segundo o Cepea/Esalq.

Fonte: Valor Econômico

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Preço do petróleo influencia o preço do milho

26/10/2007
Alta no preço do petróleo influenciou ganhos no milho
A forte alta nos preços do petróleo ontem (25-10) estimulou a alta do etanol e, em consequência, a alta nos preços futuros do milho na bolsa de Chicago. Segundo a agência Dow Jones Newswires, a alta da soja também estimulou compras por especuladores. A alta da soja pode estimular aumento da área cultivada na próxima safra, em detrimento do milho, segundo analistas. Outro factor apontado foram as fortes exportações de milho na semana encerrada no dia 18. Segundo o Departamento de Agricultura (USDA), os embarques somaram 1,548 milhão de toneladas, acima de 1,4 milhão prevista por analistas. O contrato para março subiu 9,50 centavos de dólar, para US$ 3,83 por bushel. No Brasil, a saca subiu 0,77%, para R$ 28,25, segundo o indicador Esalq/BM&F.Fonte: Valor Económico

sábado, 13 de outubro de 2007

O blog do Milho

Depois da expriencia de filmar e comentar uma campanha de milho no vale do Tejo, (http://milhoamarelo.blogspot.com/)
vou tentar continuar este trabalho com temas relacionados com a cultura do milho.
Todos os temas relacionados com esta cultura vão ser abordados.
Vamos falar de tecnicas culturais, do mercado, da historia do milho,dos produtos que são feitos de milho, etc.Mandem suguestões e temas que queiram ver tratados, obrigado
Vamos a isto

Saudações amarelas

J.Coimbra